Berenice




Era tarde de outono quando uma menina muito mais adulta que a maioria dos adultos decidiu ir ate a venda da esquina comprar o doce favorito de sua mãe, que não se sentia muito bem, devido a doença genética avançada. Berenice tinha esperança de trazer um pouco de felicidade para a querida mãe que a tempos não sorria por saber que não teria muitas primaveras para colher flores.
Quando a pequena menina trouxe o monte de doces depositados no vestido, que ganhara da madrinha do ultimo aniversário de 6 anos, teve um susto ao procurar pela a mãe e encontra-la caída no chão do banheiro com todos os comprimidos na mão prestes ter uma super dosagem de medicamento, e sem ter muito o que fazer soltou todos os doces no chão e deu um abraço tão apertado que não havia brechas entre o seu rosto e as pernas de sua querida mãe e disse com a voz carregada de lagrimas que não conseguiram sair:
- Mamãe se for para o seu bem, e para que a senhora não sofra mais beba todos remédios, e vai morar com o coelhinho da Joana que viajou na semana passada para a terra dos animaizinhos.
A mãe sem pensar muito se levantou e pediu que a menina fosse ate a cozinha pegar o pouco de água e na ausência da pequena tomou todos os remédios em poucos minutos.
A pequena Berenice era muito ingenua, muitas vezes não entendia por que as pessoas complicavam tanto as coisas e por que os adultos sofriam tanto por tao pouco, e com isso não sabia muito o que fazer com toda aquela situação que acabara de deparar e provocar na mesma proporção, e correu ate a cozinha encheu o copo de água e ao invés de lavo-lo imediatamente a mãe tomou ela mesmo o copo todo de aproximadamente 300 ml de uma só vez e quando quase perdeu o folego se lembrou da mãe e do quanto a amava e se arrependeu do que acabara de dize-la, e voltou imediatamente para o banheiro e encontrou uma carta entre os dedos de sua mãe que dizia:
"Minha querida filha, obrigada por me libertar desse fardo de viver sem poder brincar com você".

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