É muito significativa a a história de Sofia e Ana, sua irmã mais nova. Um dia, elas foram ao pomar colher amoras para sua mãe e chegando lá viram amoras pequenas e mirradas. Ana colheu algumas amoras pequenas enquanto Sofia seguia adiante à procura de amoras melhores. Ana queria voltar logo para casa por isso estava aborrecida com a viagem. Andaram uns minutos e chegaram a um lugar onde havia mais amoras, bem melhores que as primeiras, e assim paravam, colhiam e seguiam andando. Quanto mais avançavam, descobriam vegetações de amoras cada vez mais apetitosas. Em cada parada, Ana sempre dizia que já bastava, mas Sofia a incentivava a seguir adiante dizendo: "Vamos tentar encontrar amoras melhores que estas. Deve haver mais logo adiante". Assim, impaciente e contrafeita, Ana seguia Sofia até que chegaram a um lugar onde viram amoras gigantes, tão grandes e suculentas que mais pareciam maçãs. Maravilhada com aquele achado, Ana, começou a colher as amoras maravilhoras dizendo: "Como você sabia que essas amoras eram melhores que as outras? "Eu não sabia", respondeu Sofia despreocupadamente. Preocupada em encher o cesto, Ana não percebeu a ausência de Sofia, mas quando levantou os olhos viu que sua irmã embrenhava-se pomar adentro. "Sofia", gritou Ana medrosa e impaciente, pois os primeiros raios avermelhados do crepúsculo já começavam a aparecer, "o que você está olhando aí? Vamos logo, o cesto já está cheio, já é tarde, mamãe deve estar preocupada...". Sem parar de caminhar, Sofia disse como que para si mesma: "Se chegamos aqui e até achamos amoras gigantes... Eu preciso saber que tipo de amoras iremos encontrar agora."
Ana é a ciência. Sofia é a Filosofia. As amoras são as respostas, as descobertas. Uma valoriza o acúmulo das descobertas e por isso contenta-se em possuir o achado. A outra vê na própria busca o sentido da viagem.
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